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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Porque a Social-Democracia III

O RETORNO DA SOCIAL-DEMOCRACIA
A atual crise Financeira Internacional tem muito semelhantes às crises de superprodução antigas (majoritariamente crises de confiança e de demanda). Os exageros cometidos em nome do liberalismo econômico aumentaram as imperfeições de mercado, gerando a crise econômica que vivemos hoje. A desregulamentação generalizada dos mercados financeiros do final dos anos 80 e 90 foi um erro de análise daqueles que achavam que o mercado por se só se auto-regulava. Esqueceram as lições da crise de 1930 e das medidas que tiveram que ser adotadas para superá-la e evita outras.
O mundo certamente não é mais o mesmo. O acirramento da crise financeira, causada pela quebra da bolha especulativa no mercado imobiliário americano, no final de 2008 significou a quebra do paradigma da perfeição dos mercados livre. O mundo que está emergindo desta crise não é mais defensor das soluções puras de mercado. Também não é um mundo socialista (esta solução deixou de ser viável com a quebra do muro de Berlim e exposição das atrocidades do socialismo de Estado). O homem descobriu que a ditadura de esquerda não reduz a exploração, apenas muda quem a executa, passando do proprietário do capital para a burocracia do partido. O mundo que está emergindo da crise é um mundo social democrata. E com ele vai emergir a preocupação com a redução da exploração do homem pelo homem, com o aprimoramento do sistema de produção atual e das instituições democráticas.
Na área econômica, estamos vendo uma série de empresas sendo socorridas pelos governos, a adoção generalizada de políticas contra cíclicas (com aumento do gasto público e redução de taxas básicas de juros) e um aumento da participação do estado na economia para evitar a quebra do sistema produtivo a nível internacional. Mais sábio pelas experiências passadas, o mundo hoje tem apostado no instrumental teórico da social-democracia dos anos 30 para sair da crise financeira internacional: e tem dado certo.
É provável que o caos tivesse se instalado no mundo se, ao invés das políticas anticíclicas, os países desenvolvidos tivessem adotados medidas ortodoxas e de redução ainda maior da participação do Estado, como propõe o receituário liberal As falhas do mercado ficaram evidentes com a crise de 2008 e hoje se sabe da necessidade de regulamentação e de um movimento na direção da social-democracia.
Nesta nova tendência, o Estado terá sua função, os mercados terão liberdade, mas serão regulamentados e as forças políticas atuarão mais intensamente para diminuir as desigualdades sócias e a exploração do homem pelo homem, e isto resume o receituário da social-democracia: redução das desigualdades sociais, ao lado da garantia das liberdades individuais e dos direitos humanos.

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