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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Economia: crise financeira

O recrudescimento da crise financeira iniciada em 2007, agora refletindo-se no equilibrio fiscal de algumas nacoes desenvolvidas, traz a tona a fragilidade da economia mundial e sua repercucao no campo social e politico.
Muitos acreditavam no final de 2010 que os efeitos nocivos da crise estavam em seu final e que a economia se preparava para a recuperacao.

A literatura tem se esforcado em registrar que a recuperacao de crises de confianca que afetam o sistema financeiro demoram muito a se consolidar, co muitos altos e baixos no caminho. As bolsas so retomaram patamar pre crise de 1929 vinte anos depois, entremeados por uma guerra mundial.

As consequencias economicas da crise se fez sentir imediatamente por uma reducao no ritmo de crescimento das nacoes mais desenvolvidas, pelo empobrecimento de suas populacoes e pelo aumento do desemprego. No lado politico a perda de hegemonia da moeda americana cria incertezas que desequilibram o jogo de forcas e leva a uma contestacao da ordem estabelecida, sem necessariamente colocar outra em seu lugar, como vem ocorrendo nos paises do norte da Africa. Socialmente podemos ver as revoltas na inglarerra como resultante da fragilizacao do tecido social em decorrencia das acoes para lidar com o (pos?) crise.

O mundo pos 2007 nao e o mesmo. A ordem pre estabelecida esta em franca degradacao e um novo jogo de relacoes economicas, politicas e sociais esta sendo erguido. O ceu nao sera de brigadeiro.

Como todo mundo em transformacao, havera muita sombra e incerteza. Se darao bem os povos que tiverem acumulado conhecimento e forem sabios para aproveitar as oportunidades, sem direitos pre estabelecidos. O novo nao respeita patentes, nem conquistas pre estabelecidas. sera preciso desprendimento e presenca.

domingo, 14 de agosto de 2011

Poesia: SER PAI - Rosa Bugarin

Ser pai, é possuir
o dom da mutação.
Ser grande em sentimentos
e pequeno, delicado,
no lidar, com a vida que desponta...


Ser pai, é esquecer
idéias chavões que são impostas
ao menino de calças:
--homem não chora—
--homem é forte—
--homem não retrocede—
--homem não mostra fraqueza—


Ser homem é ser viril!


Mas, ser pai, é ser assombro,
espanto, receio,
frágeis certezas,
grandes fortes mãos,
do tamanho do bebê que amparam,
cuidam, protegem, amam.
Olhos molhados, do pranto que enaltece,
amolece o coração
e fertiliza o amor...



Ser pai, é buscar semelhanças,
encantar-se na perfeição que criou.
Abandonar velhos conceitos,
vestir-se do novo,
no renovar dos sonhos indormidos.


Ser pai, é ter a magia
da força na suavidade,
no trilhar caminhos-aberturas,
no dividir o ímpeto e a fraqueza,
no moldar em retidão,
o homem de amanhã...


Ser pai, é mergulhar nas questões dolorosas
que turvam a limpidez de céu
de alguns olhares.
É não fugir dos impasses do crescer
e sofrer, crescendo, as perdas da inocência...


Ser pai, é ombrear com nosso Deus,
divinizando nossa humanidade,
na perfeição da criação divina,
humanizada em nossa eternidade
É andar alerta, suportando os revezes,
na dupla dor de ver sofrer o filho,
na escalada da vida,ás vezes,
vezes tantas, tão árdua...
É erguer o olhar para um céu sem nuvens
e sentir-se etéreo, como o vento leve
que transporta sementes
e acalma calores,
germinando a vida que espera...
Ver-se azul, como a amplidão do espaço
e transformar-se em cantar de passaredo.
Ser sol e lua, estrelas, melodias,
em sonhos de beleza e inquietude
e esperanças infindas...


Ser pai,é viver o peso,
doce jugo,
de orientar a vida que começa,
de amar com o amor que só pais amam
e descobrir, um dia com assombro,
espanto, encanto,
que outro homem, caminha ao lado seu,
que fortes mãos, amparam as suas,
ora trêmulas.
Que passos jovens, regulam o caminhar
das pernas, ágeis, agora reticentes.
Que a voz de outrora, apenas balbucio,
fez-se forte e decidida, vencedora,
e faz-se doce, para seus ouvidos,
ora cansados, do muito que escutou...
Que aquele amor, imenso, delicado,
envolve o velho o velho pai,
em seda de doçura,
em arrimo de ternura
e atenção constantes...
Que a menina de ontem, faceira e carinhosa,
pela magia do bem, que tudo pode,
tem gestos de mãe, que acaricia
cabelos brancos que falam de um tempo
que passou , de repente, sem doer,
tão de mansinho.
E foi marcando os momentos de amor, de partilha,
de perdas e ganhos,
de presenças e saudades,
de vida bem vivida,
sem lamentos,
na gratidão do dom que nos foi dado...


Ser pai, é ser o hoje e o amanhã,
sendo sempre a luz que ilumina,
aclara e dá sentido,
farol e segurança...
Maestro de caminhos,
humilde e dedicado
que deu o tom,
o som,
o ritmo,
a harmonia,
a beleza,
a condução,
a força que perdura,
escrevendo a história, na mmúsica da vida!...


Rosa Maria
Brasília, Agosto, dia dos Pais