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domingo, 17 de janeiro de 2010

Direitos humanos, Educação e Liberdade

Esta semana o decreto dos direitos humanos do Governo chegou causando espanto em todos os lugares. Fortalecer os direitos humanos é o objetivo de todos aqueles que sonham com uma sociedade mais justa. Eu com certeza e acredito que você também.
Mas é difícil dizer o que direitos humanos englobam sem deixar de mensionar um ponto importante, pois este assunto envolve uma ampla área da existência humana. Querer fazer um decreto que envolva tudo sobre o assunto é querer abraçar o Sol, é achar-se capaz de legislar sobre tudo. Um pouco de pretensão talvez, porém parece mais que isto, parece querer intervir na vida dos indivíduos de maneira avassaladora.
No que se refere à educação, Ignez Tolloni, publicou interessante artigo no Correio Brasiliense que mostra que o referido decreto busca monitorar a escolhas dos livros didáticos de ensino para que foquem na visão de direitos humanos do atual governo. Ainda sobre o decreto, Ignez chama a atenção de que ele direciona a pesquisa universitária para que ela seja norteada para provocar o interesse pelos acontecimentos da ditadura militar recente, restringindo a liberdade destas escolas e universidades.
Quem a viveu sabe que não vale a pena voltar. Mas focar no passado é negar a capacidade criativa do processo democrático. O que pode nos levar a viver novamente uma experiência ditatorial não é esquecermos das atrocidades cometidas entre 1964 e 1984 e sim a generalização do descrédito nas instituições e a desconexão de políticos corruptos com os anseios populares, como ocorreu na Venezuela.
Hora, focar o problema dos direitos humanos apenas no regime iniciado em 1964, é esquecer que eles são agredidos todos os dias, inclusive quando um político faz uso ilegítimo do dinheiro público (hoje não faltam exemplos), pagando menos aos professores e médicos, deixando esgotos a céu aberto.
O decreto de direitos humanos agride estes direitos ao restringir a capacidade e a liberdade de pensar das escolas e das universidades. Intervém de maneira maniqueísta na análise do processo histórico, forçando as crianças a acharem que tudo que foi feito de errado foi entre 1964 e 1984.
Visões parciais, sejam ditadas pelos militares de direita entre 1964-84, sejam ditadas por educadores marxista nos dias de hoje não ajudam às nossas crianças a entenderem suas vids e a terem consciência de sua própria realidade e como alterá-las. Antes a escola nos ensinava que a culpa por nossas mazelas era dos comunistas que comiam criancinhas, hoje a culpa são dos capitalistas apoiados pelo “famigerado” Consenso de Washington, que acabaram com nossos direitos humanos. Enquanto olharmos para fora para justificar nossas desgraças, não tomaremos consciência de como poderemos superá-las. As soluções vão estar tanto na análise dos comunistas, como na análise dos capitalistas. Só conhecendo diversas perspectivas da história e olhando para frente é que se pode construir um caminho próprio para nossa nação. O decreto nao ajuda nesta missão.

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