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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Economia - A armadilha da liquidez em 1929 e em 2010

A armadilha da liquidez é um conceito keynesiano, traduzido para o modelo IS-LM da interpretação de Hicks, onde a curva LM é horizontal, ou seja a política monetária não tem efeito para estimular a economia.

Em épocas normais, juros baixos estimulam a tomada de empréstimos para investimento, o que ativa a atividade econômica e o emprego e pelo lado do consumidor estimula o consumo. Em épocas de crise de confiança muito grande, mesmo baixando os juros a níveis próximo de zero, fica difícil estimular o investimento e o consumo com mais dinheiro e menos juros. Não adianta imprimir dinheiro, ou baixar juros que a economia não reage. Este é o fenômeno da armadilha da liquidez.

Mesmo com muita liquidez, mesmo com taxas de juros muito baixas, os investidores estão receosos de se endividar para criar capacidade produtiva, os consumidores têm medo de se endividarem ou de queimarem suas poupanças para antecipar seu consumo. É a falta de confiança e de segurança em relação ao futuro que provocam este fenômeno e isto ocorre na intensidade que vemos agora nos EUA só de temos em tempos, como com a crise de 29 e a atual.

O gráfico abaixo mostra a evolução da quantidade de dinheiro na economia americana. Para enfrentar a crise o Banco Central americano quase triplicou a quantidade de dinheiro, de US$ 800 bilhões para mais de US$ 2 trilhões. Esta claro que não tivesse feito isto e os EUA, e conseqüentemente a economia mundial, estariam vivendo uma crise de proporções inimagináveis.


fonte: Fed Saint Louis

Mas também está claro que colocar mais liquidez não vai resolver o problema da insegurança do investidor, nem do consumidor quanto ao processo de endividamento. Este aumento na quantidade de base monetária não gerou inflação, mas também não foi suficiente para tirar a economia americana da terreno pantanoso em que está. Agora o Fed está providenciando a injeção de mais US$ 600 bilhões, o mesmo tanto usado para girar a economia na primeira metade desta década, mas o mercado acha pouco.

Alguns economistas mais fundamentados no pensamento keynesiano dizem que é hora de aumentar os gastos públicos por parte do governo americano (não o nosso) para estimular a economia. Mais do que já aumentou.

Mas o que se tem visto no tratamento dado pelas economias desenvolvidas é que o instrumental keynesiano tem deixado a desejar como ferramentas para tirar as economias desenvolvidas do imbróglio que se meteu.

Assim como nas relações pessoais, no sistema capitalista de produção a confiança quebrada leva tempo para se reconstruída. Keynes sugeriu política de gastos públicos para engrenar a produção e fazer voltar a confiança dos participes. Mas o que se tem visto no tratamento dado à esta crise nas nações desenvolvidas é que o buraco é mais embaixo.

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