Seguidores

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Política - Partido é Parte do Todo - Não se torne cego neste momento

A campanha eleitoral tomou-se de um clima emocional semelhante aos vistos em campeonatos de futebol, onde muitas vezes uns torcedores agridem o outro, como se inimigo fossem de sangue e fogo, apesar de nem se conhecerem, ou muitas vezes serem profundamente identificados em tudo o mais, menos em relação ao time que jogam.

E tem sido assim. Se você for conversar com alguém que votará em um candidato a presidente do que você escolheu, pronto, pode ser seu melhor amigo, mas o clima ferve e parece que todo seu passado de amizade ou de camaradagem fica de lado.

É compreensível um pouco e até desejável que as pessoas se entusiasmem pelo processo eleitoral, que virem cabos eleitorais (menos aqueles que como magistrados da nação, deveriam se mantiver neutros, mas esta é uma outra questão de postura e de grandeza).

Eu sempre tive uma postura política, desde pequeno quando participava de passeatas contra a ditadura militar e militava para que os candidatos do antigo MDB (a voz da oposição democrática) fossem eleitos e assim se fortalecesse a luta pela redemocratização do Brasil. De lá fui ao PSDB, onde acreditava deveriam estar todos aqueles que, defendendo a democracia como princípio fundamental, desejava ver construída uma sociedade mais justa, de melhores igualdades de oportunidade, de valoração do ser humano, de liberação de homens e mulheres de sua condição de submissos no processo social, de sua afirmação como entes autônomos, conscientes e responsáveis por suas escolhas. Mas apesar disto sempre entendi que os outros que pensavam diferente de mim, também deveriam ser ouvidos. E tinham muito de verdadeiro para afirmar.

Eu entendo que os partidos políticos e suas ideologias são filtros pelos quais a realidade social é entendida. Não há como ser diferente. Não vamos fingir que podemos ver a realidade social como ela realmente é sem filtrar por nossas crenças e valores. As vezes pior, vemos as realidades sociais de acordo com nossos interesses. Sempre veremos parte do todo. Esta é a limitação humana. Mesmo um objeto físico, quando olhado por diferentes perspectivas passam informações distintas para o observador. Quando o objeto (as relações sociais e econômicas) são invisíveis e intangíveis, os valores, crenças e interesses passam a ter um papel importantíssimo na definição da verdade observada.

Assim é importante que existam mais de um partido, mais de uma perspectiva da realidade. Se estivermos abertos a mais de uma perspectiva, poderemos chegar mais perto da realidade, mas sempre conscientes da nossa limitação em identificá-la.

Dito isto, como animal político que sou, não vou votar em branco, nem nulo, voto de acordo com minha consciência de social-democrata. Assim voto Serranelo. José Serra para presidente do Brasil e Agnelo Queiroz para governador do Distrito Federal.

Acho que todos devem votar e nunca votar em branco e nulo, pois acho que votar significa dizer o que pensamos. Se você acha que Dilma é melhor que Serra, vote Dilma, se achar que Roriz é melhor que Agnelo, vote Roriz. Mas votar em branco ou nulo é desacreditar na sua própria história, é ser niilista. É negar a importância de sua participação social, é ser negligente quanto ao resultado eleitoral. Vença Dilma, ou vença Serra, eu terei feito minha parte votando Serra. Vença Roriz ou vença Agnelo, eu terei feito minha parte votando em Agnelo. Faça você também sua parte. Qualquer que seja o resultado, o Brasil vai precisar de nosso trabalho, de nossa inteligência, de nossa dedicação e de nossa vigilância. Assim é a democracia. Pode ser até ruim, mas é um trabalho em construção de todos nós,ou como dizia Wiston Churchill “a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
Víva-a.

Nenhum comentário: