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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Somos Um

Quando criei o Blog tinha a intenção de criar um meio de comunicação com amigos e conhecidos.

A idéia era escrever algumas coisas sobre política – minha paixão, sobre economia - minha formação profissional e sobre humanismo – herança de meu pai Ajuricaba e meu tio-pai Egídio, e personagens como Romain Rolland, Victor Hugor, Dom Helder e tantos outros.

Mas veio a campanha de 2010 e o blog tomou um rumo mais partidário. Como social-democrata os artigos se identificaram mais com a candidatura do PSDB. Mas procurei nunca deixar uma visão mais ampla. Publiquei dias atrás um texto falando que os partidos vêm a realidade com um filtro ideológico, que os impede de ver o todo. Que se quisermos conhecer a realidade temos que ver os fatos por vários ângulos, usando vários filtros. Não é tarefa fácil, mas acredito ser o caminho.

Somos um é uma proposta humanista, uma proposta de ver o ser humano na sua similitude, respeitando suas diferenças. É reconhecer que temos diferenças de cor, de percepção, de sexo, de opções, de formação, de valores, mas na essência, somos muito parecidos. Somos um. Um corpo – o corpo humano, uma mente – a mente humana, uma necessidade comum - amar e ser amado, de fazer parte, de ser útil, de estar integrado e de ser pleno.

Por isto no texto do somos um digo que sofremos quando os outros sofrem e nos alegramos quando os outros estão alegres. Isto não significa que existam momentos distintos entre o eu e o coletivo. Dom Helder costumava dizer que “quando há contraste entre nossa alegria e um céu cinzento, entre a nossa tristeza e um céu sem nuvens, devemos bendizer o desencontro, pois é aviso divino de que o mundo não começa nem acaba em nós”, mas eu diria que é formado por nós.

Eu costumo ver as pessoas condenando e reclamando do outro sobre uma perspectiva deles. Estou cumprindo meu papel, dizem. Mas pergunto e se estivesse cumprindo o papel do outro, como agiria e a resposta é: igual ao outro. Assim não adianta condenar o outro, colocar a culpa no outro, responsabilizar o outro por tudo de ruim que acontece, uma vez que os outros somos nós com outra formação, outros valores, outra educação, outras oportunidades. Michelle Bachelet em uma entrevista antes de deixar a presidência do Chile chamava-no a atenção para a importância de se “colocar a sandália dos outros” para compreender a dor e a percepção alheia e assim poder aceitá-la de forma mais humana.

Por isto gosto de repetir, ninguém nasce bandido. Ninguém escolhe ser pobre, nem viver na rua e só compreendendo como o outro sente e pensa é possível a PAZ, com o outro e consigo mesmo. Isto é sermos Um

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