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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Economia - Desindustrialização e Câmbio

O tema desindustrialização está na ponta da língua dos jornais e comentaristas. A apreciação cambial dos últimos anos, fruto, em parte da política de juros baixos e o conseqüente excesso de liquidez nas nações desenvolvidas tem sido apontada como uma das principais causas deste processo. Com a moeda nacional apreciada nosso produtos se tornam caros quando comparados internacionalmente e assim fica difícil vendê-los lá fora e fácil comprar importados aqui dentro.

Se a culpa é do câmbio, não é a apreciação recente que responde pela dificuldade de nossas importações. Mas um processo que vem desde a posse do presidente Lula, quando o câmbio beirava os R$ 4,00 por dólar e vem caindo desde então, atingindo valores inferiores a R$ 1,70 nos meses recentes. A crise internacional deu um fôlego de mais de uma no neste processo, pois em agosto de 2008 o câmbio estava na faixa de R$ 1,65 por dólar.

Mas a culpa não é do câmbio, um país que está se tornando mais rico e se inserindo em outro patamar de desenvolvimento terá uma apreciação cambial como conseqüência. A solução é aprender a produzir a custos mais baixos. Os empresários têm muita responsabilidade individual neste processo, buscando novas tecnologias, investindo em processos mais produtivos, investindo em tecnologia e pesquisa em suas áreas. Coletivamente estes empresários devem fazer nosso país entender que sem investimento em educação, em pesquisa, não vamos assumir papel de liderança no processo produtivo mundial. Vamos sim voltar às antigas restrições de balanço de pagamento ao crescimento e vamos estagnar.

Coletivamente, empresários e cidadãos têm que forçar o governo a gastar menos e melhor. Enquanto gasta aumentando salários e mordomias e esquecendo-se de importantes investimentos em infra-estrutura, o governo contribui para deixar as coisas como estão e levar-nos ao estrangulamento.

No processo de redução de custo de produção e de barateamento do escoamento da produção o governo federal tem papel preponderante. Seja via investimentos em infra-estrutura de malha viária, e principalmente ferroviária, seja no fortalecimento de portos e aeroportos, muito poder tem o governo central para corrigir as distorções de preços relativos e baratear nossos produtos em relação ao exterior. Reformas no sistema tributário que reduzam a carga tributária do setor produtivo pode fazer muito pelo Brasil e aqueles que vivem nele.

Quem quer voltar aos anos 80, quando era proibido importar? Ao invés de voltarmos às antigas restrições às importações, devemos olhar para frente e ver como podemos produzir a custos mais baixos.

Reduzir gastos públicos também ajuda, pois abre espaço para redução das taxas de juros domésticas, barateando o financiamento da produção doméstica e diminuindo o incentivo à apreciação cambial pela atração do capital externo.

É o desafio do governo que vai, e do que entra, para os quais a maior parte dos brasileiros depositou suas esperanças.

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