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sábado, 3 de abril de 2010

Brasileiros defendem intervenção no DF

Nina é uma antiga e boa amiga do tempo da UnB. Ela me perguntou o que eu acho da intervenção em Brasília? Eu costumo basear minhas opiniões primeiro no que sinto e penso a respeito do assunto e depois na opinião de pessoas ou organismos que respeito.

Minha posição inicial com relação a este tema foi de apoiar a intervenção imediata em Brasília. Não sou jurista e, portanto, tenho um campo de ação limitado quanto à questão legal. Mas como cidadão e observador político de nossa capital eu não conseguia ver outra solução quanto à situação dos poderes políticos constituídos de nossa cidade, em função dos fatos evidenciados e dos que todos nós atentos sabemos que devem existir por trás do que já foi exposto.

Confesso que vinha vendo com bons olhos o governo Arruda, tinha fechado o Instituto Candango de Solidariedade, apontado pela imprensa como cabide de emprego e de escoamento de recursos públicos no governo do Dr. Roriz. Também extinguiu boa parte dos cargos de confiança da pesada máquina estadual e como anunciou, com os recursos que economizou passou a investir em obras para acabar com alguns gargalhos no transito e para implementar um melhor transporte público (que eu acho fundamental em nosso Distrito). Mas as evidências de corrupção mostraram-nos que o objetivo maior das referidas obras não era a melhora de vida do brasiliense, mas alimentar um esquema de corrupção e desvio de dinheiro público que, pelas evidências das provas, não começou com seu governo, mas estava de vento em popa no Governo Roriz e envolvia não só o Governo do DF, mas quase toda a Câmara legislativa local.

Diante disto eu via como solução melhor para nosso DF naquele momento, e ainda hoje vejo, a intervenção federal em Brasília, com a colocação de um interventor isento, de preferência respeitado nacionalmente e reconhecidamente ilibado e desligado dos esquema de poder no DF, para passar a limpo o esquema de corrupção montado há tanto tempo na máquina administrativa de nosso Distrito Federal.

Preocupa-me sim quem fará tal intervenção, por quanto tempo, teremos eleições, se não ficarão nossos representantes os políticos que estão ai? Tudo isto tem que ser levado em consideração antes de intervir.

Quanto à posições contrárias, o Senador Cristovam Buarque, a quem respeito e admiro de longa data, escreveu há alguns sábados no Correio Brasiliense que preferia não ver a intervenção, mas que deveríamos fazer um esforço para moralizar o DF, com algumas sugestões muito interessantes. Para ele a intervenção seria uma falência da política, embora não da democracia. O ministro Carlos Velloso, a quem também admiro, posicionou-se legalmente contra a intervenção e agora vejo a OAB, que é uma entidade respeitada e que teve participação importante na resistência à ditadura no nosso Brasil, promovendo, junto com o empresariado local, atos contra a intervenção no DF. Gostaria de entender o argumento deles e assim mudar minha opinião se for necessário.

Busquei entender a opinião de meus amigos virtuais e até recentemente eu achava que o resultado da pesquisa feita por meu Blog, que apresenta uma votação de 12x4 (75% a favor e 25% contra) refletisse uma opinião restrita daqueles que acessam o Blog do Zé Ricardo e assim pouco representativa da vontade do Eleitor de Brasília e do Brasil. Mas encontrei esta pesquisa do DataSenado que confirma esta posição (59% dos eleitores do Brasil são a favor da intervenção) . E você, o que pensa?

Retirado da Folha de São Paulo de 30/03/2010 - 15h07
Pesquisa do Senado indica que 59% defendem intervenção no Distrito Federal
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Uma pesquisa realizada pelo DataSenado, instituto de pesquisa do Senado Federal, mostrou que 59% dos brasileiros afirmam ser necessária a intervenção da União no Distrito Federal por causa da crise política que derrubou o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido).

O pedido de intervenção foi apresentado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, após a prisão de Arruda no dia 11 de fevereiro e deve ser votado até o final de abril pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O DataSenado ouviu 1.269 brasileiros maiores de 16 anos, em 81 municípios, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais.

Segundo o levantamento, 37% dos entrevistados avaliam que a intervenção é desnecessária, enquanto 4% dos que participaram da pesquisa não responderam ou não souberam responder esse quesito.

No entendimento da maioria os entrevistados (52%), no entanto, a intervenção não tem relação com a punição dos envolvidos no esquema de corrupção. Para 33%, a determinação para um interventor aumenta a chance de punição para todos os envolvidos.

A pesquisa revela ainda que as notícias sobre o esquema de arrecadação e pagamento de propina tiveram repercussão nacional: sendo que 74% dos entrevistados confirmaram ter recebido informação sobre o caso. O DataSenado identificou ainda que entre os aspectos mais lembrados estavam o pagamento de propina, a distribuição de panetones e o "mensalão", com 42% das respostas.

Para 29% dos entrevistados, no entanto, o que mais ficou gravado diz respeito aos desdobramentos da crise para Arruda, como seu pedido de desfiliação do DEM --que acabou resultado na cassação de seu mandato na Justiça Eleitoral--, o pedido de afastamento e a prisão.

Entretanto, 31% dos entrevistados que afirmaram ter conhecimento da crise no DF não foram capazes de citar nenhum caso específico.

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