03/05/2010
A DECISÃO, COM AS MULHERES
Em seu artigo na edição de domingo de O Estado de S.Paulo, Gaudêncio Torquato, professor da Universidade de São Paulo (USP), falou do “poder das balzaquianas” nas eleições.
O termo balzaquiana, para quem não sabe, origina-se do livro “A Mulher de 30 Anos”, de Balzac. Mulher de 30 anos, no tempo dele – primeira metade do século XIX – equivaleria, hoje, a mulher de 40 ou 50 anos, mulher madura, experiente, com conhecimento da vida, em geral, mãe.
O poder a que Torquato se refere é o eleitoral. Para ele, essas mulheres, que constituem 30,3% do eleitorado, terão peso talvez decisivo nas eleições e elas não são simpáticas ao PT e aos seus candidatos. Nem ao dito campeão de popularidade, Lula.
Nas eleição de 2002, segundo o articulista, Lula, que disputava com Serra, teve 10% a menos de votos das mulheres. Em 2006, com Alckmin, menos 4%. Agora o DataFolha registra, entre o eleitorado feminino, 42% para Serra e 25% para Dilma; e o Vox Populi, 34% contra 27%.
Torquato sugere alguma explicação. Talvez as mulheres sejam mais rigorosas no exame dos candidatos, mais atentas aos detalhes. Em Serra, veriam o ministro da Saúde que criou os genéricos e combateu a Aids e o competente administrador da Capital paulista e do Estado de São Paulo; em Dilma, talvez uma mulher com jeito de durona e sem obra de destaque – ao menos aos olhos femininos – em sua passagem pelo governo. E se poderia acrescentar que o passado de Dilma, na luta armada contra a ditadura, também possivelmente não a recomendaria para um eleitorado mais conservador e cauteloso como esse.
O jornal publica também comentários de algumas mulheres. Uma delas, Verydiana Pedrosa, diz: “O artigo corresponde em cheio às expectativas de nós, balzaquianas. Sabemos o que queremos e o que não queremos.” Outra, Cris Rocha Azevedo, observa que “as mulheres não enxergam em Dilma uma delas”. “Soa falso”, acrescenta. “Nós temos aquele radarzinho chamado intuição, que nos indica com muito mais rapidez quando alguém é confiável e quando não é. Dilma faz piscar todos os nossos sinais de alerta vermelho!” Outra ainda, Miriam Martinho, em linguagem mais forte, acha que Dilma não tem personalidade própria, seria “projeto de um homem”.
CELULARES, CINEMA E TEATRO
Em recente artigo, também no Estadão, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior relata episódio que lhe causou certa irritação. Estava na Sala São Paulo – provavelmente a melhor sala de concertos do País – assistindo a um apresentação da Orquestra Sinfônica de São Paulo e uma pessoa, à sua frente, totalmente indiferente à música, lidava com o celular: lendo e mandando e-mails. Certamente tinha ido ali a contragosto, para acompanhar a mulher. E ficou incomodando os outros.
Miguel Reale Júnior propõe, com toda razão, que a Direção da Casa São Paulo peça que todos desliguem os celulares. Essa é providência que deveria ser tomada em todos os teatros e cinemas. Alastrou-se essa falta de educação, esse mau uso do celular. Inclusive em Brasília. Quantas vezes, no Teatro Nacional ou em salas de cinema, ficam pipocando clarões de celulares, aqui e acolá, desviando a atenção de quem está ali para assistir a um concerto ou a uma boa peça teatral (por sinal, cada vez mais rara por aqui). Não basta pôr o celular no modo “silêncioso” e deixá-lo ligado, para receber e passar mensagens. O aparelho tem de ser mesmo DESLIGADO.
CINEMAS DA ACADEMIA
A imprensa divulga hoje (dia 4) que um incêndio destruiu três (ou quatro) das dez salas de cinema da Academia de Tênis de Brasília. Um mal que pode transformar-se em bem, porque foram atingidas justamente as piores salas, pequenas, sem suficiente inclinação, com poltronas ruins e pisos e paredes revestidos de carpete, propício a sujeira e a microorganismos. Esta é a oportunidade para reconstruí-las de forma “limpa”, sem carpetes e com mais inclinação, para que todos possam ver a tela inteira.
Os cinemas da Academia são os que, tradicionalmente, exibem os melhores filmes da cidade. As salas, porém, estavam necessitando de urgente reforma. Não somente as que queimaram.
terça-feira, 4 de maio de 2010
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